Covid-19 longa: como se manifesta e quais as atuais abordagens clínicas?

Covid-19 pós aguda, síndrome pós covid, efeitos de longo prazo da covid, síndrome covid pós aguda e covid crônica. Todos esses nomes representam uma só doença, que pode ser considerada uma pandemia silenciosa após a de Covid-19. Isso quem afirma é a Dra. Lorena Pestana, médica infectologista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, que abriu, no último sábado (22/10), o simpósio sobre epidemias contemporâneas. Presidido por Luis Eduardo Carpenter e moderado por André Filipe Marcondes, o encontro debateu a complexidade que é tratar uma doença que possui um longo caminho de pesquisas e estudos a ser percorrido.

“A gente, por muito tempo, só olhou a ponta do iceberg”, afirmou Lorena sobre o olhar emergencial que toda a comunidade científica precisou ter, ao encarar a pandemia de Covid-19. Agora, mais de dois anos depois, observamos sequelas que precisam da atenção de todos.

A covid longa foi definida pela OMS como uma condição que ocorre em indivíduos com histórico de Covid-19 confirmado, e com sintomas que duram pelo menos dois meses e não podem ser explicados por outro diagnóstico. Sua subjetividade e complexidade são os principais desafios no enfrentamento da doença que hoje já atinge 20% da população acometida por Covid-19, segundo Lorena.

Esta porcentagem representa seis milhões de vidas com a doença. Deste número, foi analisado que adultos mais velhos estão menos propensos a ter a covid longa, do que os adultos jovens, enquanto as mulheres possuem a maior chance de terem a doença. Tudo isso, segundo a Dra., é explicado pela vasta gama de possibilidades, sintomatologias e comprometimentos advindos com a nova pandemia.

Mas como se manifesta a covid longa?

“As manifestações clínicas não são só persistentes, elas podem ser recorrentes e podem, ainda, virem novas”, explica Lorena. Dessa forma, ela confirma a complexidade encontrada no tratamento da covid longa. Além disso, assim como a Covid-19 atinge diferentes sistemas, a covid longa não é diferente. Ela é caracterizada também por sintomas respiratórios e cardiovasculares, além da fadiga intensa, muito comum nos relatos dos pacientes, segundo uma das pesquisas trazidas por Lorena.

Ao tratar dos fatores de risco, ela explica que a não vacinação e as comorbidades também são condições que podem tornar mais suscetível o prolongamento dos sintomas da Covid-19, ou seja, a covid longa. Já ao abordar clinicamente a doença, a médica infectologista chama a atenção de que não é necessário retestar pacientes, caso não haja novos sintomas, antes de 90 dias dos primeiros sintomas relatados. Ela destaca, ainda, que o manejo longitudinal pragmático é essencialmente clínico e conta, neste primeiro momento, com a empatia e inclusão da multidisciplinaridade no tratamento.

Ela finalizou ressaltando que ainda há muito para aprendermos sobre essa nova condiçao clinica.


Impacto da dermatite atópica: jornada do paciente, necessidades não atendidas e tratamentos disponíveis

“A dermatite atópica ainda é uma doença invisível que impacta além da pele”. Essas foram as palavras escolhidas pela dermatologista Lívia Nascimento Barbosa para descrever a intensidade dos impactos negativos causados pela dermatite na vida dos pacientes. Prurido, vermelhidão, descamação e muito incômodo, são os sintomas de pele da doença inflamatória. Mas e os impactos além da pele?

Segundo a especialista, nos casos mais graves, a doença deixou de ser conceitualmente vista como um defeito de barreira e passou a ser considerada uma doença inflamatória grave que precisa ser tratada de forma mais séria. Por apresentar muita coceira, dor e sangramento, o quadro mais grave da doença afeta diretamente as relações sociais, a produtividade, a autoestima e até mesmo a saúde mental dos pacientes. “Os pacientes graves, além dos sintomas tradicionais, terão também um certo constrangimento e vergonha. São pacientes que, muitas vezes, já têm depressão por conta de todo esse contexto. É hora de entender que nós, médicos, precisamos enxergar, acolher e tratar”, explica.

Durante sua apresentação, a especialista, pós-graduada em dermatologia clínica e cirúrgica e responsável pelos ambulatórios de psoríase e hidradenite e pelo setor de fototerapia do Hospital Federal de Bonsucesso, explicou que, recentemente, a dermatite apresentou um aumento de incidência em adultos. “Quase 50% dos adultos que iniciam a dermatite atópica na fase adulta já começam com o quadro grave da doença”, ressalta.

Por fim, a especialista falou sobre os desafios no tratamento da dermatite e apresentou algumas opções para combater a doença. Dentre elas, está o dupilumabe e o upadacitinibe, que apresentam boa eficácia nem casos graves e selecionados da doença. A especialista ainda reforçou a importância de ouvir e tratar o paciente, sempre priorizando uma melhora na qualidade de vida. “Precisamos pensar no impacto social, na qualidade de vida e no quanto essa doença irá atingir a vida do paciente. É importante pensar sempre no paciente em primeiro lugar”, finaliza.


Com temas que fazem parte do dia a dia do consultório, simpósios de Pediatria foram destaque no Congresso Médico Unimed-Rio

Distúrbios funcionais gastrointestinais, atividade física pós-Covid19, vacinação, doenças respiratórias e hematúria foram os temas que fizeram com que os simpósios de Pediatria do VII Congresso Médico Unimed-Rio fossem os mais concorridos. Salas cheias, tanto de manhã quanto à tarde, para aprender, se atualizar trocando experiências e vivências em temas relevantes no dia a dia dos consultórios e que são, claro, importantes para a saúde das crianças e adolescentes. Um fato dever ser destacado em todas as apresentações e debates: a importância fundamental da anamnese e do exame físico dos pacientes para a adequada condução da assistência.

 

A atividade física pós-Covid 19

“Hoje em dia, não começamos perguntando se a mãe amamenta no peito, mas se teve Covid”, observou Ricardo Barros no início de sua apresentação sobre atividade física pós-Covid. Ele destacou que a pandemia trouxe mudanças de hábitos que têm efeitos na saúde e, também, pode deixar sequelas naqueles que tiveram a doença.

Por isso, salienta a necessidade do retorno cuidadoso às atividades físicas. “Em casos leves e moderados é preciso esperar de duas a três semanas após o término dos sintomas para liberar a criança e o adolescente para retomar a atividade física”, destacou observando que a atenção deve ser redobrada em pacientes com doenças pré-existentes. “O retorno, nestes casos, também precisa ser gradual, necessitando de pelo menos 4 semanas para atingir o ritmo anterior à covid”, completou.

Ricardo, destacou a informação de um estudo recente divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), para a qual todos os pediatras devem se atentar. A fadiga está, segundo o estudo, entre os sintomas prevalentes em crianças e adolescentes com Covid longa.

“Depois do artigo, com este novo dado, vamos ter que refletir e ter atenção. Mas algo é certo: cada paciente com Covid é único, deve ser avaliado individualmente e o retorno às atividades físicas deve ser baseado em uma abordagem sistêmica e ser gradual”, resumiu.

 

Distúrbios funcionais gastrointestinais

A intensa programação científica voltada para a Pediatria contou com a apresentação de Sílvio Carvalho sobre distúrbios funcionais gastrointestinais. Ele contextualizou historicamente o tema, explicando que a Fundação Roma publicou, em 1994, o Critério de Roma sobre distúrbios funcionais gastrointestinais. Em 1999, um segundo Critério passou a incluir crianças e adolescentes e, em 2006, um terceiro passou a tratar também de lactentes e crianças em idade pré-escolar.

“Tudo isso foi muito importante para estabelecer território em termos de diagnóstico das doenças funcionais sem precisar lançar mão de nenhum tipo de mecanismo de exame complementar”, comentou Sílvio. Ele contou que, a partir dos Critérios de Roma, vários estudos epidemiológicos foram feitos.

Com estes estudos chegou-se a dados como a prevalência geral – de 25% a 30% – e a identificação dos distúrbios mais comuns. Entre lactentes e pré-escolares encontramos regurgitação, cólica e constipação. Já escolares e adolescentes, constipação, intestino irritável e aerofagia. Silvio discorreu sobre cada um destes distúrbios mais comuns, destacando sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento. Lembra da pouca necessidade de tantos exames, como a ultrassonografia abdominal solicitada em demasia.

Salienta o fato de não haver tratamentos específicos e ressalta a não efetividade comprovada do uso dos probióticos, muito sugeridos na atualidade e que não possuem, ainda, estudos de eficácia e segurança.

Talvez haja no tratamento um denominador comum, que passa pela função do pediatra em procurar tranquilizar e amenizar o estresse e a ansiedade dos pais. “É preciso muita conversa e paciência”, pontuou Sílvio Carvalho.

 

Imunização em crianças e adolescentes

Falar sobre Covid traz à mente, quase que instantaneamente, outro assunto: vacinação. Mas se a vacinação contra Covid entre adultos e adolescentes atingiu bons níveis, entre crianças ainda há muita polêmica e desinformação. Um movimento que se reflete também na cobertura vacinal de outras doenças, com as taxas de imunização mais baixas dos últimos 30 anos.

“Nosso problema é muito grande. O Estado do Rio de Janeiro é o segundo estado do país com menor cobertura vacinal e nós precisamos fazer alguma coisa”, destacou Isabella Ballalai. Para ela, o caminho para reverter tal situação passa pelo entendimento de um movimento denominado hesitação vacinal.

Ela destaca que este não é um movimento novo. A hesitação é anterior à Covid, mas ganha força com informações novas, políticas novas e vacinas novas. Além da propagação de informações falsas. “Há muito mais mensagens contra do que a favor. Nós não conseguimos investir dinheiro em comunicação, mas o antivacinismo, não só investe, como ganha muito dinheiro com isso”, afirmou Isabella.

Neste cenário, o papel do médico é fundamental. Para isso, é imprescindível ter empatia. “É preciso receber a família com empatia, sem criticá-la por acreditar em algo que ouviu, sem discutir, sem se sentir ofendido, escutando, explicando, sendo claro e simples, mostrando a importância e defendendo a vacina”, orientou.

Como as questões relacionadas à vacinação, incluindo as baixas coberturas, estão para além da Covid, conhecer e entender os calendários vacinais é fundamental. Foi sobre isso que Flávia Bravo falou, apresentando o que já temos e o que teremos de novidade em um futuro próximo.

Ela destacou os calendários existentes e as diferenças entre eles. “Enquanto o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde tem como foco a proteção coletiva, os calendários da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) têm como foco a proteção individual”, explicou.

 

Roda de conversa em pneumologia

Já a pneumologia foi tema de uma roda de conversa que reuniu Ana Alice Parente, Fátima Bazhuni Pombo Sant’Anna, Paula Nascimento Maia e Clemax Sant’Anna. A partir do estudo de um caso grave de pneumonia, com diversas imagens e sua evolução, eles debateram sobre diagnósticos possíveis, manejo clínico, exames, medicamentos e internação.

“É muito positivo discutir problemas realmente frequentes na pediatria. Doenças que frequentemente acometem as crianças e que nos lembra que a saúde deve ser pensada como algo único. O pediatra está sempre buscando conhecimento e é uma excelente oportunidade pode fazer isso aqui com vocês”, disse Clemax Sant’Anna.

 

Hematúria, o que será?

Estudos de caso também estiveram presentes no último simpósio de Pediatria do VII Congresso Médico Unimed-Rio. Franklin Hernandez fez uma apresentação sobre hematúria, abordando definição, classificação, investigação clínica e diagnóstica e tratamento. Na sequência, Adriana Fonseca e Christianne Diniz partiram de estudos de casos em que a hematúria estava entre os sintomas iniciais para falar de Lúpus e Vasculite por IgA, respectivamente. Lembram sobre os cuidados com uso abusivo dos corticoides e de exames diagnósticos desnecessários. Em suma, a anamnese bem colhida e o exame físico são peças-chave no diagnóstico, conduta terapêutica e acompanhamento, além claro, fontes da relação médico-paciente e sua família baseadas na ética e compromisso empático na qualificação da assistência à saúde.


Linha de cuidado ao paciente oncológico: o modelo Oncoclínicas

Um cuidado humanizado, completo, integrado e mais rápido. Esse é o objetivo da linha de cuidado ao paciente oncológico do Grupo Oncoclínicas, implementada no início da pandemia e que visa a priorizar e acelerar os processos de diagnóstico e tratamento do câncer.

Segundo Helio Calabria, Gerente Médico Nacional do Grupo, após detectada a suspeita da doença, o paciente da linha de cuidado demora em média apenas sete dias para retornar ao consultório já em posse de todos os exames necessários para prosseguir com as etapas do tratamento. “Integramos todas as assistências ambulatoriais a todo o ecossistema de diagnóstico, cirúrgico e hospitalar. Essa integração possibilita a diminuição da jornada do paciente, entregando uma maior chance de cura e uma maior sobrevida”, explica.

Calabria adiciona que o projeto possui um sistema de informações seguro e eficaz, que permite a visibilidade e rastreabilidade do médico sobre toda a jornada do paciente oncológico. “Temos o controle da condução desse paciente a qualquer momento através dessa ferramenta”, ressalta.

Mais do que promover gestão de tempo e custo, o projeto é também um momento para olhar o paciente oncológico com mais atenção, carinho e cuidado. Ainda segundo o especialista, o modelo possibilita a criação de vínculos, amplia a comunicação entre paciente e oncologista e inclui a família em todo o processo assistencial. “Além de ser um projeto de integração, é também uma iniciativa que gera acolhimento e humanização”, completa, destacando o papel das concierges nessa relação com familiares e pacientes.

Entretanto, Calabria ressalta que ainda existem alguns desafios pela frente. Aumentar a adesão ao projeto e ampliar a integração dentro das unidades hospitalares do Grupo Oncoclínicas, e de outras operadoras, são alguns deles. “É um modelo onde o maior beneficiado é o paciente. Entregamos agilidade, resolutividade, controle, condução e monitoramento por rastreabilidade oncológica, e, com isso, realmente salvamos vidas”, finalizou.


Cuidado coordenado, saúde digital e medicina baseada em valor nos desafios da saúde no século XXI

Ausência de crescimento de usuários, custos crescendo acima da inflação, altos índices de sinistralidade, pandemia, grandes players entrando no setor. Este não parece ser um bom cenário e, de fato, não é. Mas foi este o panorama geral da Saúde que Leonardo Vedolin traçou na Conferência Dasa. O caminho diante de uma conjuntura tão pouco positiva? O título da Conferência dá as pistas: Cuidado coordenado, saúde digital e medicina baseada em valor nos desafios da saúde no século XXI.

“O cuidado coordenado é uma tentativa de criar alternativas para o cenário atual fragmentado do setor. Hoje, o paciente ainda procura atendimento quando tem um episódio disfuncional, mas iniciamos uma jornada que caminha em direção a um modelo integrado, mesmo com todas as dificuldades”, explica Leonardo. “O modelo brasileiro é hospitalocêntrico, um modelo insustentável”, completa Romeu Côrtes Domingues

Atrelado a isso, está a saúde digital, um conceito que faz parte de outro mais amplo, a transformação digital. “No Brasil, em 2010, 5% das pessoas buscavam informações sobre sua saúde no Google; hoje, 40% fazem isso. É uma mudança na visão do cliente, mesmo que para muitos ainda não seja logico que ele procure uma solução de saúde no próprio celular”, comenta Leonardo.

Deveria ser. E, mais do que isso, o entendimento do cliente e as estratégia para atende-lo precisam passar por conceitos como o uso de dados, a inovação e o valor. “O que eu considero importante não necessariamente é o que o paciente considera importante”, observa Leonardo. Considerar isso tem a ver com apostar, investir e exercer uma medicina de valor.

“Para quem precisa, temos que ser eficientes com baixo custo e qualidade”, afirma Romeu, que acrescenta: “ver o paciente como um todo é um caminho bacana. Dá para fazer medicina bem feita sem desperdício. É um desafio, mas precisamos ser otimistas e entender que estar próximo dos colegas e pares é fundamental”.


Leucemia Linfocítica Crônica: o que devemos estar atentos?

O Simpósio Satélite “Leucemia Linfocítica Crônica (LLC): o que devemos estar atentos?”, conduzido pelo médico Marcos Daniel de Deus Santos, Oncologista e Hematologista, trouxe uma perspectiva de apoio no diagnóstico correto e em novas abordagens de tratamento disponíveis.

A apresentação contou com a análise de alguns tipos de Leucemia que podem ser interpretadas ou confundidas com a LCC. “São necessários outros subsídios que apoiem os médicos no diagnóstico. É preciso contar com uma análise laboratorial neste processo”, disse.

No que tange ao tratamento, na visão de Marcos, baseada em diversos estudos científicos, nem sempre é necessário que seja iniciado logo no início diagnóstico, e o direcionamento da abordagem terapêutica deve considerar diversos fatores, como: estadiamento da doença, idade, condições gerais do paciente, alterações genéticas, grupo de risco, dentre outros.

A classificação prognóstica da doença é muito peculiar. Há dois sistemas: de Rai e Binet. Ambos ajudam a nortear sobre quando deve-se iniciar o tratamento. “Na LLC, o linfócito B perde a capacidade de morrer. Esses tipos de células se acumulam no sangue periférico, nos linfonodos e nos órgãos como baço e fígado. Assim, podemos dizer que à medida em que essas células se acumulam mais, a chance desse paciente necessitar de tratamento também aumenta”, diz.

“Uma vez que a LLC apresenta maior incidência entre a população mais idosa, precisamos considerar ainda aspectos relacionados à condição específica de cada paciente na definição do tratamento. Se há comorbidades, por exemplo, o paciente poderá evoluir de forma pior.” Assim, é necessário a avaliação das comorbidades. “Há disponível hoje as chamadas escalas de funcionabilidade, ou escalas funcionais, que podem auxiliar nesta definição”, diz.

Marcos apontou que após essa análise ampla, as jornadas de tratamento podem começar a ser definidas. “Costumamos classificar esses pacientes como: Go Go, que podem ser tratados com uma quantidade de tratamento um pouco mais agressiva; Slow Go, que serão tratados com menor agressividade, e o No Go, em que atuaremos no campo da paliativismo e de controle da doença”, disse.

Uma vez definida, a LLC poderá ser iniciada com quimioterapia, quimioimunoterapia ou terapias-alvo. Durante a apresentação, foram mostrados estudos recentes que apontam resultados animadores no tempo de sobrevida, entre pacientes com características genéticas específicas, tratados com a chamada terapia-alvo. Este tipo de tratamento é uma opção bastante inovadora e age diretamente nas células da LLC, em alvos específicos, diferentemente da quimioterapia, que age em todas as células que apresentem um crescimento rápido.


Realidade Virtual e Aumentada, impressão 3D e Metaverso nos Desafios da Saúde no século XXI

Uma gestante com deficiência visual conseguir tocar e sentir o bebê que cresce em sua barriga. Um pai conseguir ver como o filho está crescendo na barriga de sua mãe. Médicos de diferentes continentes planejarem juntos uma cirurgia no metaverso. Tudo isso pode parecer ficção ou futurismo, mas saiba que já é realidade.

No simpósio satélite “Realidade Virtual e Aumentada, impressão 3D e Metaverso nos Desafios da Saúde no século XXI” a Dasa apresentou possibilidades e também soluções reais que já estão sendo desenvolvidas e aplicadas no Biodesign Lab, laboratório criado pela empresa em parceria com a PUC-Rio.

“Nós usamos todas as modalidades possíveis de aquisição de imagem para ver como podemos melhorar o diagnóstico. Desenvolvemos também algumas provas de conceito, coisas que podem ser utilizadas e coisas que não”, explica Heron Werner.

É o caso da hipótese levantada no início do texto, de uma gestante com deficiência visual poder tocar e o bebê que está na sua barriga em uma realidade mista. Mas há soluções que já estão sendo utilizadas no dia a dia. É o caso da realidade aumentada em que o médico vê um exame em holografia e outro médico, a distância, em outra cidade, se conecta e, juntos, fazem uma discussão.

“Eu vejo o meu ambiente, vejo o meu exame como uma holografia, o outro médico vê, no ambiente dele, o mesmo exame e interage comigo na imagem. Nós dois podemos tocar a imagem, mudar essa imagem, ampliar, diminuir. São tecnologias que hoje já são possíveis e nós já fazemos uso”, explica Heron.

Outra possibilidade que já é real e está sendo utilizada é a impressão 3D, como as reconstruções feitas para os atletas paralímpicos em 2016, a produção de EPIs durante a pandemia e as tomografias feitas do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que começaram a ser feitas em 2002. “Muito deste acervo já está sendo reconstruído a partir das imagens feitas nesta época”, comenta Heron.

O futuro já chegou. Realidade virtual, impressão 3D, discussão no metaverso, são inúmeras possibilidades que a tecnologia oferece para melhorar a experiência do paciente, identificar problemas, planejar cirurgias e fazer diagnósticos, inclusive em fetos. “Hoje conseguimos antecipar diagnósticos no pré-natal”, observa Heron, que afirma: “a tecnologia vem trazer uma Medicina mais precisa e mais barata”.

“Esta tecnologia, nos tira do conforto, como se fosse um celular novo. Quando você começa a usar, fica perdido, um mês depois, já está usando bem, um ano depois, faz parte da nossa vida. Então, a ideia é fazer um convite para vocês saírem da zona de conforto e se integrarem nesta tecnologia”, resume Antônio Coutinho.


Lembrar os princípios para olhar para o futuro

Telemedicina, algoritmo, realidade virtual, metaverso. O futuro já chegou e se apresenta como um desafio para a sociedade de forma geral e para a saúde suplementar de forma bem específica. Como lidar com isso? Como se adaptar enquanto profissional e também como setor? São muitas as perguntas e grandes os desafios e foi sobre eles que o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou na palestra magna de abertura do VII Congresso Médico Unimed-Rio.

“Eu estava vindo para cá e pensando como abordar um tema tão vasto: ‘Os desafios do cooperativismo, da saúde do século XXI’. Quando temos um desafio desse tamanho, precisamos dividi-lo para identificar os principais pontos, aqueles que precisam de muita atenção”, disse, acrescentando que a conjuntura, por si só, traz dificuldades extras – “vimemos um momento de muitas certezas e incertezas da pós-verdade” – e que para se preparar para o futuro é importante olhar para o passado.

Mandetta destacou que o movimento de luta pela saúde vem tentando se organizar há muitos e muitos anos. Uma luta de construção de um sistema de saúde ainda precário que começou em 1543, com a criação da primeira Santa Casa do Brasil, um modelo de assistência português que foi replicado em várias partes do mundo com a colonização.

“Seguimos com este modelo até o início do período industrial brasileiro. Com a vinda das montadoras, chegaram também os planos de saúde que logo passaram a ser um objeto de desejo da classe média. Nesse cenário, o cooperativismo surge como uma inovação, mas sem qualquer regulamentação. Somente em 1998 é criada uma legislação sobre planos de saúde”, relembrou Mandetta.

Desafios

Vinte dois anos depois, ele acredita que esteja se aproximando a hora de uma revisão de lei e que este seja o primeiro desafio. “Temos um modelo de plano que é como um plano de doença, que as pessoas possuem para quando ficarem doentes, e que está com os dias contados”, afirmou.

Mandetta ressaltou que estamos vivendo mais, a renda do brasileiro é incompatível com a lógica de reajustes atual e existe a necessidade de agregar tecnologia em saúde. Uma nova realidade que já se coloca e diante da qual os médicos precisam ser atuantes.

“O sistema cooperativista ainda é muito reativo, o que nos leva a um segundo desafio: assumir uma posição de protagonismo nas discussões que nos interessam. Precisamos nos sentar à mesa com o novo congresso eleito para discutir estas questões. Precisamos participar politicamente no palco que nos interessa. Afinal, quem quer se fazer representar tem que participar”, declarou.

O mundo, de fato, é outro e segue em transformação. “Vamos apenas observar a sociedade debatendo temas que pensamos que não tem a ver conosco?’, questionou Mandetta. Como fazer isso? Princípios. “Enquanto nosso foco for, na eterna luta da vida contra a morte, salvar vidas todos os dias, vamos precisar de disciplina e de ética. Façamos uma medicina digna e correta!”, exaltou.

A palestra magna de abertura contou com a participação de Eduardo Costa, conselheiro técnico-científico e coordenador de ensino do Instituto Unimed-Rio, e Coordenador das Comissões Científicas do VII Congresso Médico Unimed-Rio, que presidiu a mesa, estimulando um debate sobre a relação SUS x saúde suplementar. Além de entregar um presente ao conferencista como forma de agradecimento por sua participação no evento.

Participação que foi muito elogiada pelos presentes. Médicos como o pediatra João Alfredo Werner, cooperado desde 1988, consideraram a apresentação muito boa. “Ele conseguiu se aprofundar e desdobrar nos temas, fazendo uma análise histórica muito interessante e trazendo uma visão muito boa sobre a nossa realidade”, comentou.


VII Congresso Médico Unimed-Rio marca a retomada de eventos científicos presenciais

Após um período difícil para profissionais e para todo o setor de Saúde, especialmente o de saúde suplementar, a retomada dos eventos científicos presenciais não poderia ocorrer de melhor forma. O retorno do Congresso Médico Unimed-Rio reuniu no sábado, 22 de outubro, no hotel Windsor Marapendi, na Barra da Tijuca, médicos cooperados e colaboradores da Unimed-Rio, médicos sem vínculos diretos com a operadora e estudantes de Medicina para discutir os desafios da assistência em saúde no século XXI.

“A sétima edição do Congresso Médico Unimed-Rio marca a retomada de uma história de sucesso e reconhecimento no estímulo da cooperativa à busca pelo conhecimento técnico-científico. O retorno desta trajetória ganha relevância maior após atravessarmos dois longos anos de pandemia, um período ímpar, nunca imaginado por nossa geração médica”, disse Denise Durão, vice-presidente e diretora médica da Unimed-Rio e presidente da comissão organizadora geral do VII Congresso Médico Unimed-Rio, durante a cerimônia de abertura.

“O Rio de Janeiro precisava voltar a fazer eventos presenciais”, corroborou Teresa Cristina Navarro Vannucci, subsecretária de atenção hospitalar, urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que acrescentou: “estou muito feliz de poder fazer parte deste marco”.

“Nós médicos, estamos ávidos por conhecimento, por isso, este é um momento muito importante. Nos sentimos valorizados como médicos por ter a oportunidades de participar deste congresso, uma oportunidade única”, concordou Rômulo Capello Teixeira, diretor secretário geral da associação de medicina do Estado do Rio de Janeiro, delegado titular da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro junto à Associação Médica Brasileira e presidente da Academia Nacional de Saúde das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares do Brasil.

Já Clovis Bersot Munhoz, presidente do Cremerj, destacou o orgulho de poder fazer parte do evento e da Unimed-Rio. “O Cremerj entende a importância da educação continuada e, como presidente, me sinto honrado com o convite. Me sinto honrado, também, por ser um médico cooperado Unimed-Rio”, declarou.

“Escolhemos uma carreira em que a atualização profissional sempre foi uma necessidade. No entanto, a velocidade dos avanços tecnológicos, de mudanças sociais e de seus desdobramentos no comportamento de doenças e tratamentos tornam momentos como este cada vez mais relevantes e obrigatórios. Dentro do Grupo Unimed-Rio, esta é uma das missões do Instituto Unimed-Rio: estimular o desenvolvimento social e humano e gerar conhecimento em saúde”, destacou Casimiro Junqueira, diretor financeiro da Unimed-Rio e do Instituto Unimed-Rio.

“Que a sétima edição do Congresso Médico Unimed-Rio torne-se um marco para mudanças que nos auxiliem a enfrentarmos este novo normal dentro da saúde no pós-pandemia”, finalizou Denise Durão.

Organizado pelo Instituto Unimed-Rio e financiado exclusivamente por meio de patrocínios, o VII Congresso Médico Unimed-Rio reuniu cerca de 300 pessoas, entre médicos e acadêmicos de Saúde, ao longo de um dia de programação intensa. Além de uma palestra magna de abertura com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, a programação teve simpósios científicos abrangendo temas relevantes para especialidades como cardiologia, pediatria, ortopedia, oncologia, clínica médica, mastologia, ginecologia, endocrinologia, infectologia e cirurgia geral.


Unimed-Rio é TOP 10 do Great Place to Work

Há mais de 12 anos a Unimed-Rio está entre as melhores empresas para trabalhar na cidade do Rio de Janeiro, de acordo com pesquisa da consultoria Great Place to Work. E, nesse ano, não poderia ser diferente: alcançamos o 10º lugar na premiação GPTW 2022.

Essa conquista é reflexo de uma cultura organizacional determinada por três valores: empatia, criatividade e protagonismo. É dessa forma que o ambiente de trabalho na Unimed-Rio é composto: gente feliz que tem como único objetivo oferecer a melhor experiência para nossos clientes.

Vale lembrar, que o Great Place to Work é uma consultoria global que auxilia organizações a alcançar uma cultura de confiança, alto desempenho e inovação por meio de pesquisas entre os colaboradores. Essa é mais que uma conquista, é o reconhecimento de nossos colaboradores.