Dúvidas Frequentes no consultório do cardiologista em arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca e doença coronariana

Como o título sugere, o painel trouxe diversos temas da cardiologia para serem debatidos por renomados profissionais da Cardiologia no Brasil.

A arritmologista Ana Inês Bronchtein abordou em profundidade a avaliação e a investigação do paciente com palpitação. “A palpitação é um sintoma muitas vezes subjetivo. É preciso entender se é uma palpitação taquicárdica, se é extrassístole ou se é um paciente com quadro de ansiedade, por exemplo”.

Do ponto de vista investigativo, o mais importante para o especialista é o monitoramento da palpitação. “Qual a expressão eletrocardiográfica desse sintoma? É importante correlacionarmos o sintoma ao evento”. Ana citou que há mais de 15 anos é utilizado o monitor de eventos por tempo prolongado para identificar morfologicamente o tipo de arritmia, sua origem, se é atrial ou se é ventricular.

“Relacionamos esse tipo morfológico com alguma doença de base ou com um coração estruturalmente normal. O principal fator que define o início do tratamento é se a pessoa tem cardiopatia estrutural ou se ela tem sintomas. Todas as arritmias podem dar palpitação, mas, por exemplo, é possível haver uma fibrilação artrial assintomática. Então, é necessário o registro eletrocardiográfico, de preferência prolongado, desse evento”, destacou.

Ana também indicou quando a investigação precisa ser aprofundada para obtenção de diagnóstico em casos de fibrilação artrial, a arritmia mais prevalente no mundo e que traz sempre a preocupação pelo risco de embolização.

“A fibrilação artrial é considerada hoje uma epidemia, e está relacionada ao envelhecimento. Assim, para idosos acima de 65 anos, principalmente os com comorbidades, a recomendação de todas as Sociedades Mundiais de Cardiologia é que seja feito um screening ativo. É uma busca ativa, de preferência com eletrocardiograma”, disse.

A partir do diagnóstico, o tratamento com anticoagulantes deve ser iniciado. “O tratamento é capaz de mudar o desfecho, evitar um evento embólico, morte ou insuficiência cardíaca. A fibrilação artrial é uma doença metabólica e associada a desfechos cardíacos múltiplos. Até mesmo a demência está relacionada a ela, por isso a importância do diagnóstico apropriado”, explicou.

Para definir a estratégia de tratamento do paciente, incluindo controle de frequência e de ritmo foi levantada a hipótese de ablação como primeira escolha de tratamento.

“Alguns estudos mostram que a ablação tende a mostrar bons resultados, mas não temos grandes estudos confirmando isso, com alguma correlação estatística. No entanto, notamos que com a ablação há diminuição de casos de hospitalização, passamos a ter eventos menos frequentes, e quando há, a reposta à medicação é melhor. Quando a ablação é indicada mais precocemente, com o paciente com pouca cardiopatia atrial, os resultados são melhores. De forma resumida, a ablação é indicada para o paciente sintomático com fibrilação atrial paroxística, preferencialmente que tenha risco de insuficiência cardíaca. Temos que compartilhar com o paciente essa decisão de utilização, uma vez que há opção do uso de medicamentos, que deve ser considerada”, finalizou.

A Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEP)

Outro ponto debatido foi a Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEP), condição que tem ganho cada vez mais atenção por conta do aumento do número de casos, e que nem sempre é de fácil diagnóstico. Então, quando devemos pensar, investigar e como tratar a ICFEP?

O professor Evandro Tinoco Mesquita trouxe seu ponto de vista: “Tínhamos dificuldade em fazer o diagnóstico da ICFEP, que é uma síndrome clínica em que o paciente tem uma alteração estrutural ou funcional, junto com a alteração de congestão”.

“Para investigação, é necessário num primeiro momento uma boa ecocardiografia padronizada, para que tenhamos confiança nos dados e até mesmo um eco de esforço para possibilitar o estudo da função diastólica”, disse.

Evandro lembrou ainda a importância em considerar as características da população mais acometida, os idosos, na jornada do tratamento: “Estamos lidando com uma população idosa. Então é importante fazer uma avaliação das comorbidades ou multimorbidades. O segundo ponto é avaliar se este é um indivíduo frágil e o terceiro ponto é avaliar as síndromes geriátricas. O cenário positivo é que temos como opções de tratamento novas drogas que efetivamente podem mudar o desfecho clínico, em particular as glifozinas, são consideradas seguras para a população idosa”.

“Infelizmente, a ICFEP é incurável, então é importante envolver a família no tratamento. Como se trata de uma doença progressiva e sintomática, em algum momento será necessário o suporte paliativo. Em pacientes jovens, pode ser considerada a opção de transplante”, ressaltou.

Os especialistas debateram ainda sobre a importância do investimento na construção de Centros de Doenças Raras, na aprovação de novas drogas na área da cardiologia e sobre as novas Diretrizes Americanas no tratamento da IC, além dos tipos de avaliação se funcional ou anatômica, considerando casos de pacientes com ou sem angina.


AGO 2022: número de cooperados aptos a votar

A Assembleia Geral Ordinária que será realizada na próxima segunda-feira, dia 31 de outubro, e, seguindo o Edital de Convocação, divulgamos o número de cooperados aptos a participar da votação para a escolha dos novos membros do Conselho Fiscal da Cooperativa.

4.164 cooperados

Participe da Assembleia!

Acesse o link na Área Exclusiva do Cooperado


Covid-19 longa: como se manifesta e quais as atuais abordagens clínicas?

Covid-19 pós aguda, síndrome pós covid, efeitos de longo prazo da covid, síndrome covid pós aguda e covid crônica. Todos esses nomes representam uma só doença, que pode ser considerada uma pandemia silenciosa após a de Covid-19. Isso quem afirma é a Dra. Lorena Pestana, médica infectologista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, que abriu, no último sábado (22/10), o simpósio sobre epidemias contemporâneas. Presidido por Luis Eduardo Carpenter e moderado por André Filipe Marcondes, o encontro debateu a complexidade que é tratar uma doença que possui um longo caminho de pesquisas e estudos a ser percorrido.

“A gente, por muito tempo, só olhou a ponta do iceberg”, afirmou Lorena sobre o olhar emergencial que toda a comunidade científica precisou ter, ao encarar a pandemia de Covid-19. Agora, mais de dois anos depois, observamos sequelas que precisam da atenção de todos.

A covid longa foi definida pela OMS como uma condição que ocorre em indivíduos com histórico de Covid-19 confirmado, e com sintomas que duram pelo menos dois meses e não podem ser explicados por outro diagnóstico. Sua subjetividade e complexidade são os principais desafios no enfrentamento da doença que hoje já atinge 20% da população acometida por Covid-19, segundo Lorena.

Esta porcentagem representa seis milhões de vidas com a doença. Deste número, foi analisado que adultos mais velhos estão menos propensos a ter a covid longa, do que os adultos jovens, enquanto as mulheres possuem a maior chance de terem a doença. Tudo isso, segundo a Dra., é explicado pela vasta gama de possibilidades, sintomatologias e comprometimentos advindos com a nova pandemia.

Mas como se manifesta a covid longa?

“As manifestações clínicas não são só persistentes, elas podem ser recorrentes e podem, ainda, virem novas”, explica Lorena. Dessa forma, ela confirma a complexidade encontrada no tratamento da covid longa. Além disso, assim como a Covid-19 atinge diferentes sistemas, a covid longa não é diferente. Ela é caracterizada também por sintomas respiratórios e cardiovasculares, além da fadiga intensa, muito comum nos relatos dos pacientes, segundo uma das pesquisas trazidas por Lorena.

Ao tratar dos fatores de risco, ela explica que a não vacinação e as comorbidades também são condições que podem tornar mais suscetível o prolongamento dos sintomas da Covid-19, ou seja, a covid longa. Já ao abordar clinicamente a doença, a médica infectologista chama a atenção de que não é necessário retestar pacientes, caso não haja novos sintomas, antes de 90 dias dos primeiros sintomas relatados. Ela destaca, ainda, que o manejo longitudinal pragmático é essencialmente clínico e conta, neste primeiro momento, com a empatia e inclusão da multidisciplinaridade no tratamento.

Ela finalizou ressaltando que ainda há muito para aprendermos sobre essa nova condiçao clinica.


Impacto da dermatite atópica: jornada do paciente, necessidades não atendidas e tratamentos disponíveis

“A dermatite atópica ainda é uma doença invisível que impacta além da pele”. Essas foram as palavras escolhidas pela dermatologista Lívia Nascimento Barbosa para descrever a intensidade dos impactos negativos causados pela dermatite na vida dos pacientes. Prurido, vermelhidão, descamação e muito incômodo, são os sintomas de pele da doença inflamatória. Mas e os impactos além da pele?

Segundo a especialista, nos casos mais graves, a doença deixou de ser conceitualmente vista como um defeito de barreira e passou a ser considerada uma doença inflamatória grave que precisa ser tratada de forma mais séria. Por apresentar muita coceira, dor e sangramento, o quadro mais grave da doença afeta diretamente as relações sociais, a produtividade, a autoestima e até mesmo a saúde mental dos pacientes. “Os pacientes graves, além dos sintomas tradicionais, terão também um certo constrangimento e vergonha. São pacientes que, muitas vezes, já têm depressão por conta de todo esse contexto. É hora de entender que nós, médicos, precisamos enxergar, acolher e tratar”, explica.

Durante sua apresentação, a especialista, pós-graduada em dermatologia clínica e cirúrgica e responsável pelos ambulatórios de psoríase e hidradenite e pelo setor de fototerapia do Hospital Federal de Bonsucesso, explicou que, recentemente, a dermatite apresentou um aumento de incidência em adultos. “Quase 50% dos adultos que iniciam a dermatite atópica na fase adulta já começam com o quadro grave da doença”, ressalta.

Por fim, a especialista falou sobre os desafios no tratamento da dermatite e apresentou algumas opções para combater a doença. Dentre elas, está o dupilumabe e o upadacitinibe, que apresentam boa eficácia nem casos graves e selecionados da doença. A especialista ainda reforçou a importância de ouvir e tratar o paciente, sempre priorizando uma melhora na qualidade de vida. “Precisamos pensar no impacto social, na qualidade de vida e no quanto essa doença irá atingir a vida do paciente. É importante pensar sempre no paciente em primeiro lugar”, finaliza.


Com temas que fazem parte do dia a dia do consultório, simpósios de Pediatria foram destaque no Congresso Médico Unimed-Rio

Distúrbios funcionais gastrointestinais, atividade física pós-Covid19, vacinação, doenças respiratórias e hematúria foram os temas que fizeram com que os simpósios de Pediatria do VII Congresso Médico Unimed-Rio fossem os mais concorridos. Salas cheias, tanto de manhã quanto à tarde, para aprender, se atualizar trocando experiências e vivências em temas relevantes no dia a dia dos consultórios e que são, claro, importantes para a saúde das crianças e adolescentes. Um fato dever ser destacado em todas as apresentações e debates: a importância fundamental da anamnese e do exame físico dos pacientes para a adequada condução da assistência.

 

A atividade física pós-Covid 19

“Hoje em dia, não começamos perguntando se a mãe amamenta no peito, mas se teve Covid”, observou Ricardo Barros no início de sua apresentação sobre atividade física pós-Covid. Ele destacou que a pandemia trouxe mudanças de hábitos que têm efeitos na saúde e, também, pode deixar sequelas naqueles que tiveram a doença.

Por isso, salienta a necessidade do retorno cuidadoso às atividades físicas. “Em casos leves e moderados é preciso esperar de duas a três semanas após o término dos sintomas para liberar a criança e o adolescente para retomar a atividade física”, destacou observando que a atenção deve ser redobrada em pacientes com doenças pré-existentes. “O retorno, nestes casos, também precisa ser gradual, necessitando de pelo menos 4 semanas para atingir o ritmo anterior à covid”, completou.

Ricardo, destacou a informação de um estudo recente divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), para a qual todos os pediatras devem se atentar. A fadiga está, segundo o estudo, entre os sintomas prevalentes em crianças e adolescentes com Covid longa.

“Depois do artigo, com este novo dado, vamos ter que refletir e ter atenção. Mas algo é certo: cada paciente com Covid é único, deve ser avaliado individualmente e o retorno às atividades físicas deve ser baseado em uma abordagem sistêmica e ser gradual”, resumiu.

 

Distúrbios funcionais gastrointestinais

A intensa programação científica voltada para a Pediatria contou com a apresentação de Sílvio Carvalho sobre distúrbios funcionais gastrointestinais. Ele contextualizou historicamente o tema, explicando que a Fundação Roma publicou, em 1994, o Critério de Roma sobre distúrbios funcionais gastrointestinais. Em 1999, um segundo Critério passou a incluir crianças e adolescentes e, em 2006, um terceiro passou a tratar também de lactentes e crianças em idade pré-escolar.

“Tudo isso foi muito importante para estabelecer território em termos de diagnóstico das doenças funcionais sem precisar lançar mão de nenhum tipo de mecanismo de exame complementar”, comentou Sílvio. Ele contou que, a partir dos Critérios de Roma, vários estudos epidemiológicos foram feitos.

Com estes estudos chegou-se a dados como a prevalência geral – de 25% a 30% – e a identificação dos distúrbios mais comuns. Entre lactentes e pré-escolares encontramos regurgitação, cólica e constipação. Já escolares e adolescentes, constipação, intestino irritável e aerofagia. Silvio discorreu sobre cada um destes distúrbios mais comuns, destacando sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento. Lembra da pouca necessidade de tantos exames, como a ultrassonografia abdominal solicitada em demasia.

Salienta o fato de não haver tratamentos específicos e ressalta a não efetividade comprovada do uso dos probióticos, muito sugeridos na atualidade e que não possuem, ainda, estudos de eficácia e segurança.

Talvez haja no tratamento um denominador comum, que passa pela função do pediatra em procurar tranquilizar e amenizar o estresse e a ansiedade dos pais. “É preciso muita conversa e paciência”, pontuou Sílvio Carvalho.

 

Imunização em crianças e adolescentes

Falar sobre Covid traz à mente, quase que instantaneamente, outro assunto: vacinação. Mas se a vacinação contra Covid entre adultos e adolescentes atingiu bons níveis, entre crianças ainda há muita polêmica e desinformação. Um movimento que se reflete também na cobertura vacinal de outras doenças, com as taxas de imunização mais baixas dos últimos 30 anos.

“Nosso problema é muito grande. O Estado do Rio de Janeiro é o segundo estado do país com menor cobertura vacinal e nós precisamos fazer alguma coisa”, destacou Isabella Ballalai. Para ela, o caminho para reverter tal situação passa pelo entendimento de um movimento denominado hesitação vacinal.

Ela destaca que este não é um movimento novo. A hesitação é anterior à Covid, mas ganha força com informações novas, políticas novas e vacinas novas. Além da propagação de informações falsas. “Há muito mais mensagens contra do que a favor. Nós não conseguimos investir dinheiro em comunicação, mas o antivacinismo, não só investe, como ganha muito dinheiro com isso”, afirmou Isabella.

Neste cenário, o papel do médico é fundamental. Para isso, é imprescindível ter empatia. “É preciso receber a família com empatia, sem criticá-la por acreditar em algo que ouviu, sem discutir, sem se sentir ofendido, escutando, explicando, sendo claro e simples, mostrando a importância e defendendo a vacina”, orientou.

Como as questões relacionadas à vacinação, incluindo as baixas coberturas, estão para além da Covid, conhecer e entender os calendários vacinais é fundamental. Foi sobre isso que Flávia Bravo falou, apresentando o que já temos e o que teremos de novidade em um futuro próximo.

Ela destacou os calendários existentes e as diferenças entre eles. “Enquanto o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde tem como foco a proteção coletiva, os calendários da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) têm como foco a proteção individual”, explicou.

 

Roda de conversa em pneumologia

Já a pneumologia foi tema de uma roda de conversa que reuniu Ana Alice Parente, Fátima Bazhuni Pombo Sant’Anna, Paula Nascimento Maia e Clemax Sant’Anna. A partir do estudo de um caso grave de pneumonia, com diversas imagens e sua evolução, eles debateram sobre diagnósticos possíveis, manejo clínico, exames, medicamentos e internação.

“É muito positivo discutir problemas realmente frequentes na pediatria. Doenças que frequentemente acometem as crianças e que nos lembra que a saúde deve ser pensada como algo único. O pediatra está sempre buscando conhecimento e é uma excelente oportunidade pode fazer isso aqui com vocês”, disse Clemax Sant’Anna.

 

Hematúria, o que será?

Estudos de caso também estiveram presentes no último simpósio de Pediatria do VII Congresso Médico Unimed-Rio. Franklin Hernandez fez uma apresentação sobre hematúria, abordando definição, classificação, investigação clínica e diagnóstica e tratamento. Na sequência, Adriana Fonseca e Christianne Diniz partiram de estudos de casos em que a hematúria estava entre os sintomas iniciais para falar de Lúpus e Vasculite por IgA, respectivamente. Lembram sobre os cuidados com uso abusivo dos corticoides e de exames diagnósticos desnecessários. Em suma, a anamnese bem colhida e o exame físico são peças-chave no diagnóstico, conduta terapêutica e acompanhamento, além claro, fontes da relação médico-paciente e sua família baseadas na ética e compromisso empático na qualificação da assistência à saúde.


Participe da Pesquisa de Mercado 2022

Desde o dia 3 de outubro está sendo realizada a Pesquisa de Mercado Anual. Feita em parceria com a Unimed do Brasil, ela tem como objetivo identificar o posicionamento da Unimed-Rio no mercado do Rio de Janeiro e Duque de Caxias e avaliar a satisfação com nossa marca. Mas não é só isso!

A pesquisa é, também, uma forma de tornar a Unimed-Rio cada vez melhor. Por isso a sua participação é tão importante!

Talvez você já tenha sido contatado por ligação telefônica, SMS ou e-mail. O contato é feito por uma robô chamada Júlia. Em um primeiro momento pode parecer estranho falar com a Júlia, mas a tecnologia ajudará a garantir mais adesão a este que é um levantamento muito importante para a Unimed-Rio.

Mas se ainda não foi contatado, não se preocupe, você pode participar da pesquisa de forma ativa.

CLIQUE AQUI para participar

Você também pode acessar a pesquisa por meio deste QR Code:

Contamos com sua participação neste que é um levantamento muito importante para a Unimed-Rio.

A nossa Unimed-Rio, que aos 50 anos se moderniza e se prepara para o futuro!

Caso já tenha respondido, não é preciso responder novamente. Agradecemos sua participação!


Linha de cuidado ao paciente oncológico: o modelo Oncoclínicas

Um cuidado humanizado, completo, integrado e mais rápido. Esse é o objetivo da linha de cuidado ao paciente oncológico do Grupo Oncoclínicas, implementada no início da pandemia e que visa a priorizar e acelerar os processos de diagnóstico e tratamento do câncer.

Segundo Helio Calabria, Gerente Médico Nacional do Grupo, após detectada a suspeita da doença, o paciente da linha de cuidado demora em média apenas sete dias para retornar ao consultório já em posse de todos os exames necessários para prosseguir com as etapas do tratamento. “Integramos todas as assistências ambulatoriais a todo o ecossistema de diagnóstico, cirúrgico e hospitalar. Essa integração possibilita a diminuição da jornada do paciente, entregando uma maior chance de cura e uma maior sobrevida”, explica.

Calabria adiciona que o projeto possui um sistema de informações seguro e eficaz, que permite a visibilidade e rastreabilidade do médico sobre toda a jornada do paciente oncológico. “Temos o controle da condução desse paciente a qualquer momento através dessa ferramenta”, ressalta.

Mais do que promover gestão de tempo e custo, o projeto é também um momento para olhar o paciente oncológico com mais atenção, carinho e cuidado. Ainda segundo o especialista, o modelo possibilita a criação de vínculos, amplia a comunicação entre paciente e oncologista e inclui a família em todo o processo assistencial. “Além de ser um projeto de integração, é também uma iniciativa que gera acolhimento e humanização”, completa, destacando o papel das concierges nessa relação com familiares e pacientes.

Entretanto, Calabria ressalta que ainda existem alguns desafios pela frente. Aumentar a adesão ao projeto e ampliar a integração dentro das unidades hospitalares do Grupo Oncoclínicas, e de outras operadoras, são alguns deles. “É um modelo onde o maior beneficiado é o paciente. Entregamos agilidade, resolutividade, controle, condução e monitoramento por rastreabilidade oncológica, e, com isso, realmente salvamos vidas”, finalizou.


Cuidado coordenado, saúde digital e medicina baseada em valor nos desafios da saúde no século XXI

Ausência de crescimento de usuários, custos crescendo acima da inflação, altos índices de sinistralidade, pandemia, grandes players entrando no setor. Este não parece ser um bom cenário e, de fato, não é. Mas foi este o panorama geral da Saúde que Leonardo Vedolin traçou na Conferência Dasa. O caminho diante de uma conjuntura tão pouco positiva? O título da Conferência dá as pistas: Cuidado coordenado, saúde digital e medicina baseada em valor nos desafios da saúde no século XXI.

“O cuidado coordenado é uma tentativa de criar alternativas para o cenário atual fragmentado do setor. Hoje, o paciente ainda procura atendimento quando tem um episódio disfuncional, mas iniciamos uma jornada que caminha em direção a um modelo integrado, mesmo com todas as dificuldades”, explica Leonardo. “O modelo brasileiro é hospitalocêntrico, um modelo insustentável”, completa Romeu Côrtes Domingues

Atrelado a isso, está a saúde digital, um conceito que faz parte de outro mais amplo, a transformação digital. “No Brasil, em 2010, 5% das pessoas buscavam informações sobre sua saúde no Google; hoje, 40% fazem isso. É uma mudança na visão do cliente, mesmo que para muitos ainda não seja logico que ele procure uma solução de saúde no próprio celular”, comenta Leonardo.

Deveria ser. E, mais do que isso, o entendimento do cliente e as estratégia para atende-lo precisam passar por conceitos como o uso de dados, a inovação e o valor. “O que eu considero importante não necessariamente é o que o paciente considera importante”, observa Leonardo. Considerar isso tem a ver com apostar, investir e exercer uma medicina de valor.

“Para quem precisa, temos que ser eficientes com baixo custo e qualidade”, afirma Romeu, que acrescenta: “ver o paciente como um todo é um caminho bacana. Dá para fazer medicina bem feita sem desperdício. É um desafio, mas precisamos ser otimistas e entender que estar próximo dos colegas e pares é fundamental”.


Leucemia Linfocítica Crônica: o que devemos estar atentos?

O Simpósio Satélite “Leucemia Linfocítica Crônica (LLC): o que devemos estar atentos?”, conduzido pelo médico Marcos Daniel de Deus Santos, Oncologista e Hematologista, trouxe uma perspectiva de apoio no diagnóstico correto e em novas abordagens de tratamento disponíveis.

A apresentação contou com a análise de alguns tipos de Leucemia que podem ser interpretadas ou confundidas com a LCC. “São necessários outros subsídios que apoiem os médicos no diagnóstico. É preciso contar com uma análise laboratorial neste processo”, disse.

No que tange ao tratamento, na visão de Marcos, baseada em diversos estudos científicos, nem sempre é necessário que seja iniciado logo no início diagnóstico, e o direcionamento da abordagem terapêutica deve considerar diversos fatores, como: estadiamento da doença, idade, condições gerais do paciente, alterações genéticas, grupo de risco, dentre outros.

A classificação prognóstica da doença é muito peculiar. Há dois sistemas: de Rai e Binet. Ambos ajudam a nortear sobre quando deve-se iniciar o tratamento. “Na LLC, o linfócito B perde a capacidade de morrer. Esses tipos de células se acumulam no sangue periférico, nos linfonodos e nos órgãos como baço e fígado. Assim, podemos dizer que à medida em que essas células se acumulam mais, a chance desse paciente necessitar de tratamento também aumenta”, diz.

“Uma vez que a LLC apresenta maior incidência entre a população mais idosa, precisamos considerar ainda aspectos relacionados à condição específica de cada paciente na definição do tratamento. Se há comorbidades, por exemplo, o paciente poderá evoluir de forma pior.” Assim, é necessário a avaliação das comorbidades. “Há disponível hoje as chamadas escalas de funcionabilidade, ou escalas funcionais, que podem auxiliar nesta definição”, diz.

Marcos apontou que após essa análise ampla, as jornadas de tratamento podem começar a ser definidas. “Costumamos classificar esses pacientes como: Go Go, que podem ser tratados com uma quantidade de tratamento um pouco mais agressiva; Slow Go, que serão tratados com menor agressividade, e o No Go, em que atuaremos no campo da paliativismo e de controle da doença”, disse.

Uma vez definida, a LLC poderá ser iniciada com quimioterapia, quimioimunoterapia ou terapias-alvo. Durante a apresentação, foram mostrados estudos recentes que apontam resultados animadores no tempo de sobrevida, entre pacientes com características genéticas específicas, tratados com a chamada terapia-alvo. Este tipo de tratamento é uma opção bastante inovadora e age diretamente nas células da LLC, em alvos específicos, diferentemente da quimioterapia, que age em todas as células que apresentem um crescimento rápido.


Realidade Virtual e Aumentada, impressão 3D e Metaverso nos Desafios da Saúde no século XXI

Uma gestante com deficiência visual conseguir tocar e sentir o bebê que cresce em sua barriga. Um pai conseguir ver como o filho está crescendo na barriga de sua mãe. Médicos de diferentes continentes planejarem juntos uma cirurgia no metaverso. Tudo isso pode parecer ficção ou futurismo, mas saiba que já é realidade.

No simpósio satélite “Realidade Virtual e Aumentada, impressão 3D e Metaverso nos Desafios da Saúde no século XXI” a Dasa apresentou possibilidades e também soluções reais que já estão sendo desenvolvidas e aplicadas no Biodesign Lab, laboratório criado pela empresa em parceria com a PUC-Rio.

“Nós usamos todas as modalidades possíveis de aquisição de imagem para ver como podemos melhorar o diagnóstico. Desenvolvemos também algumas provas de conceito, coisas que podem ser utilizadas e coisas que não”, explica Heron Werner.

É o caso da hipótese levantada no início do texto, de uma gestante com deficiência visual poder tocar e o bebê que está na sua barriga em uma realidade mista. Mas há soluções que já estão sendo utilizadas no dia a dia. É o caso da realidade aumentada em que o médico vê um exame em holografia e outro médico, a distância, em outra cidade, se conecta e, juntos, fazem uma discussão.

“Eu vejo o meu ambiente, vejo o meu exame como uma holografia, o outro médico vê, no ambiente dele, o mesmo exame e interage comigo na imagem. Nós dois podemos tocar a imagem, mudar essa imagem, ampliar, diminuir. São tecnologias que hoje já são possíveis e nós já fazemos uso”, explica Heron.

Outra possibilidade que já é real e está sendo utilizada é a impressão 3D, como as reconstruções feitas para os atletas paralímpicos em 2016, a produção de EPIs durante a pandemia e as tomografias feitas do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que começaram a ser feitas em 2002. “Muito deste acervo já está sendo reconstruído a partir das imagens feitas nesta época”, comenta Heron.

O futuro já chegou. Realidade virtual, impressão 3D, discussão no metaverso, são inúmeras possibilidades que a tecnologia oferece para melhorar a experiência do paciente, identificar problemas, planejar cirurgias e fazer diagnósticos, inclusive em fetos. “Hoje conseguimos antecipar diagnósticos no pré-natal”, observa Heron, que afirma: “a tecnologia vem trazer uma Medicina mais precisa e mais barata”.

“Esta tecnologia, nos tira do conforto, como se fosse um celular novo. Quando você começa a usar, fica perdido, um mês depois, já está usando bem, um ano depois, faz parte da nossa vida. Então, a ideia é fazer um convite para vocês saírem da zona de conforto e se integrarem nesta tecnologia”, resume Antônio Coutinho.