Impacto da dermatite atópica: jornada do paciente, necessidades não atendidas e tratamentos disponíveis

“A dermatite atópica ainda é uma doença invisível que impacta além da pele”. Essas foram as palavras escolhidas pela dermatologista Lívia Nascimento Barbosa para descrever a intensidade dos impactos negativos causados pela dermatite na vida dos pacientes. Prurido, vermelhidão, descamação e muito incômodo, são os sintomas de pele da doença inflamatória. Mas e os impactos além da pele?

Segundo a especialista, nos casos mais graves, a doença deixou de ser conceitualmente vista como um defeito de barreira e passou a ser considerada uma doença inflamatória grave que precisa ser tratada de forma mais séria. Por apresentar muita coceira, dor e sangramento, o quadro mais grave da doença afeta diretamente as relações sociais, a produtividade, a autoestima e até mesmo a saúde mental dos pacientes. “Os pacientes graves, além dos sintomas tradicionais, terão também um certo constrangimento e vergonha. São pacientes que, muitas vezes, já têm depressão por conta de todo esse contexto. É hora de entender que nós, médicos, precisamos enxergar, acolher e tratar”, explica.

Durante sua apresentação, a especialista, pós-graduada em dermatologia clínica e cirúrgica e responsável pelos ambulatórios de psoríase e hidradenite e pelo setor de fototerapia do Hospital Federal de Bonsucesso, explicou que, recentemente, a dermatite apresentou um aumento de incidência em adultos. “Quase 50% dos adultos que iniciam a dermatite atópica na fase adulta já começam com o quadro grave da doença”, ressalta.

Por fim, a especialista falou sobre os desafios no tratamento da dermatite e apresentou algumas opções para combater a doença. Dentre elas, está o dupilumabe e o upadacitinibe, que apresentam boa eficácia nem casos graves e selecionados da doença. A especialista ainda reforçou a importância de ouvir e tratar o paciente, sempre priorizando uma melhora na qualidade de vida. “Precisamos pensar no impacto social, na qualidade de vida e no quanto essa doença irá atingir a vida do paciente. É importante pensar sempre no paciente em primeiro lugar”, finaliza.