Ausência de crescimento de usuários, custos crescendo acima da inflação, altos índices de sinistralidade, pandemia, grandes players entrando no setor. Este não parece ser um bom cenário e, de fato, não é. Mas foi este o panorama geral da Saúde que Leonardo Vedolin traçou na Conferência Dasa. O caminho diante de uma conjuntura tão pouco positiva? O título da Conferência dá as pistas: Cuidado coordenado, saúde digital e medicina baseada em valor nos desafios da saúde no século XXI.
“O cuidado coordenado é uma tentativa de criar alternativas para o cenário atual fragmentado do setor. Hoje, o paciente ainda procura atendimento quando tem um episódio disfuncional, mas iniciamos uma jornada que caminha em direção a um modelo integrado, mesmo com todas as dificuldades”, explica Leonardo. “O modelo brasileiro é hospitalocêntrico, um modelo insustentável”, completa Romeu Côrtes Domingues
Atrelado a isso, está a saúde digital, um conceito que faz parte de outro mais amplo, a transformação digital. “No Brasil, em 2010, 5% das pessoas buscavam informações sobre sua saúde no Google; hoje, 40% fazem isso. É uma mudança na visão do cliente, mesmo que para muitos ainda não seja logico que ele procure uma solução de saúde no próprio celular”, comenta Leonardo.
Deveria ser. E, mais do que isso, o entendimento do cliente e as estratégia para atende-lo precisam passar por conceitos como o uso de dados, a inovação e o valor. “O que eu considero importante não necessariamente é o que o paciente considera importante”, observa Leonardo. Considerar isso tem a ver com apostar, investir e exercer uma medicina de valor.
“Para quem precisa, temos que ser eficientes com baixo custo e qualidade”, afirma Romeu, que acrescenta: “ver o paciente como um todo é um caminho bacana. Dá para fazer medicina bem feita sem desperdício. É um desafio, mas precisamos ser otimistas e entender que estar próximo dos colegas e pares é fundamental”.