Leucemia Linfocítica Crônica: o que devemos estar atentos?

O Simpósio Satélite “Leucemia Linfocítica Crônica (LLC): o que devemos estar atentos?”, conduzido pelo médico Marcos Daniel de Deus Santos, Oncologista e Hematologista, trouxe uma perspectiva de apoio no diagnóstico correto e em novas abordagens de tratamento disponíveis.

A apresentação contou com a análise de alguns tipos de Leucemia que podem ser interpretadas ou confundidas com a LCC. “São necessários outros subsídios que apoiem os médicos no diagnóstico. É preciso contar com uma análise laboratorial neste processo”, disse.

No que tange ao tratamento, na visão de Marcos, baseada em diversos estudos científicos, nem sempre é necessário que seja iniciado logo no início diagnóstico, e o direcionamento da abordagem terapêutica deve considerar diversos fatores, como: estadiamento da doença, idade, condições gerais do paciente, alterações genéticas, grupo de risco, dentre outros.

A classificação prognóstica da doença é muito peculiar. Há dois sistemas: de Rai e Binet. Ambos ajudam a nortear sobre quando deve-se iniciar o tratamento. “Na LLC, o linfócito B perde a capacidade de morrer. Esses tipos de células se acumulam no sangue periférico, nos linfonodos e nos órgãos como baço e fígado. Assim, podemos dizer que à medida em que essas células se acumulam mais, a chance desse paciente necessitar de tratamento também aumenta”, diz.

“Uma vez que a LLC apresenta maior incidência entre a população mais idosa, precisamos considerar ainda aspectos relacionados à condição específica de cada paciente na definição do tratamento. Se há comorbidades, por exemplo, o paciente poderá evoluir de forma pior.” Assim, é necessário a avaliação das comorbidades. “Há disponível hoje as chamadas escalas de funcionabilidade, ou escalas funcionais, que podem auxiliar nesta definição”, diz.

Marcos apontou que após essa análise ampla, as jornadas de tratamento podem começar a ser definidas. “Costumamos classificar esses pacientes como: Go Go, que podem ser tratados com uma quantidade de tratamento um pouco mais agressiva; Slow Go, que serão tratados com menor agressividade, e o No Go, em que atuaremos no campo da paliativismo e de controle da doença”, disse.

Uma vez definida, a LLC poderá ser iniciada com quimioterapia, quimioimunoterapia ou terapias-alvo. Durante a apresentação, foram mostrados estudos recentes que apontam resultados animadores no tempo de sobrevida, entre pacientes com características genéticas específicas, tratados com a chamada terapia-alvo. Este tipo de tratamento é uma opção bastante inovadora e age diretamente nas células da LLC, em alvos específicos, diferentemente da quimioterapia, que age em todas as células que apresentem um crescimento rápido.