Uma gestante com deficiência visual conseguir tocar e sentir o bebê que cresce em sua barriga. Um pai conseguir ver como o filho está crescendo na barriga de sua mãe. Médicos de diferentes continentes planejarem juntos uma cirurgia no metaverso. Tudo isso pode parecer ficção ou futurismo, mas saiba que já é realidade.
No simpósio satélite “Realidade Virtual e Aumentada, impressão 3D e Metaverso nos Desafios da Saúde no século XXI” a Dasa apresentou possibilidades e também soluções reais que já estão sendo desenvolvidas e aplicadas no Biodesign Lab, laboratório criado pela empresa em parceria com a PUC-Rio.
“Nós usamos todas as modalidades possíveis de aquisição de imagem para ver como podemos melhorar o diagnóstico. Desenvolvemos também algumas provas de conceito, coisas que podem ser utilizadas e coisas que não”, explica Heron Werner.
É o caso da hipótese levantada no início do texto, de uma gestante com deficiência visual poder tocar e o bebê que está na sua barriga em uma realidade mista. Mas há soluções que já estão sendo utilizadas no dia a dia. É o caso da realidade aumentada em que o médico vê um exame em holografia e outro médico, a distância, em outra cidade, se conecta e, juntos, fazem uma discussão.
“Eu vejo o meu ambiente, vejo o meu exame como uma holografia, o outro médico vê, no ambiente dele, o mesmo exame e interage comigo na imagem. Nós dois podemos tocar a imagem, mudar essa imagem, ampliar, diminuir. São tecnologias que hoje já são possíveis e nós já fazemos uso”, explica Heron.
Outra possibilidade que já é real e está sendo utilizada é a impressão 3D, como as reconstruções feitas para os atletas paralímpicos em 2016, a produção de EPIs durante a pandemia e as tomografias feitas do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que começaram a ser feitas em 2002. “Muito deste acervo já está sendo reconstruído a partir das imagens feitas nesta época”, comenta Heron.
O futuro já chegou. Realidade virtual, impressão 3D, discussão no metaverso, são inúmeras possibilidades que a tecnologia oferece para melhorar a experiência do paciente, identificar problemas, planejar cirurgias e fazer diagnósticos, inclusive em fetos. “Hoje conseguimos antecipar diagnósticos no pré-natal”, observa Heron, que afirma: “a tecnologia vem trazer uma Medicina mais precisa e mais barata”.
“Esta tecnologia, nos tira do conforto, como se fosse um celular novo. Quando você começa a usar, fica perdido, um mês depois, já está usando bem, um ano depois, faz parte da nossa vida. Então, a ideia é fazer um convite para vocês saírem da zona de conforto e se integrarem nesta tecnologia”, resume Antônio Coutinho.